Esse post é pra aquelas que naturalmente estão perdidas nessas transição analógica para digital. Calma, ainda não é sobre marketing digital, mas pode ser que envolva um pouco de tudo.
Quando pensamos na pessoa que queremos expor ao mundo, tudo fica muito inseguro e desconfortável. Queremos milhares de coisas - entre elas, ser blogueira, participar de fashion weeks, ter um estilo profissional, determinadas experiências de sentimentos no círculo social e familiar, ter nossa própria lore, etc - e parece que simplesmente fica muito difícil ter e gerenciar uma identidade própria.
É sobre isso que vamos falar hoje.
A primeira coisa que vem a cabeça é: preciso de uma equipe profissional de assessoria. E nos perdemos nas tentativas de ser, - sozinha e sem informação - nossa própria equipe. Vou por partes.
Vamos supor que você resolveu fazer testes. Sorteou de um saco um papelzinho e estava escrito gótica. Daí você foi gótica por um dia. Vestiu de preto, foi dar um rolê no cemitério, sei lá. Depois você tirou novamente um papel e saiu funkeira. Daí você foi funkeira por um dia. Pôs um short, um tênis e foi no baile da Serra dançar. Antes de entrar no mérito de analisar quais das inúmeras opções você se sentiu melhor, deve se observar que independente de com qual mais se identificou, essa identificação age no sentido de afirmar a assertividade da sua identidade.
Tá, Isa, e aí?
E aí que a gente fica tão perdida na vontade de afirmar a assertividade da nossa identidade de um modo profissional, que ficamos presas nesse limbo. Nos restando viver de fragmentos de coisas que nos lembram um pouco essa "lenda" da nossa própria identidade, nos inspirando com opções diversas de exposição de diferentes estilos de vida, na tentativa de encontrar a fórmula perfeita, mas nunca realmente atingindo essa própria identidade, e se sentindo realmente muito incompetente por não ser profissional em ser você mesma.
Como resolver?
Primeiramente, é necessário deixar claro que não é sobre ter ou não a identidade certa, (como eu disse você pode criar uma persona completa ou simplesmente sortear), mas sim, é sobre a capacidade de afirmar a própria identidade. É tudo que importa.
Como assim?
Se você tem problemas com a sua habilidade de afirmar sua própria identidade, não adianta ver cem horas de conteúdo de lifestyle no instagram, criar pinterest com suas inspirações, se inscrever em curso de personal branding. Você precisa trabalhar sua capacidade de afirmar sua identidade. Nem que ela seja uma personagem que você acabou de sortear.
"Tá, vai parecer idiota, mas como raios eu afirmaria minha própria identidade? Não basta ser e pronto?"
O primeiro passo para afirmar sua identidade é parar e... decidir que vai afirmar sua identidade. Decidir que você é o que é, e esse ser é sua identidade. Não adianta vários estudos de como ornamentar sua identidade se você nem ao menos consegue admitir que tem uma. Como você vai construir a sua, é personalizável. Pode ser construindo um guarda-roupa. Lapidando seu currículo e acadêmico. Cuidando do seu corpo. Criando um blog. Começando um negócio. Tomando coragem. Enfim, seguindo seus sonhos.
Mas é necessário e crucial que sua segurança sobre sua identidade esteja clara, estável, forte e declarada. Declarada pra você pelo menos. Estável, digo a segurança. Não importa se hoje você decidiu ser gótica e amanhã funkeira. Clara, digo a decisão de assumir pra si mesma que vai ter uma identidade. Mesmo que ela esteja em desenvolvimento. Estar segura sobre essa decisão pra si mesma já basta.
A única coisa que queremos é sair da liga amadora e ir pra liga profissional. Para isso, só precisamos admitir que a nossa identidade é da liga profissional, acreditar nisso, e ter segurança.
E não importa se você é introvertido ou extrovertido - são só espectros, você pode ser infinitamente expressivo sem falar uma palavra.
Tudo que fazemos é uma tentativa de afirmar nossa própria identidade já! As músicas que escutamos, as pessoas com que falamos, os lugares que frequentamos, o que escolhemos estudar, o que consumimos....Ok, todos sabemos. Mas isso não precisa ficar no clandestino da nossa própria consciência.
Porque se não, você vai acabar sendo definido pelas circunstâncias enquanto faz sua pesquisa infinita. Vai aparecer um emprego, e vai acabar definindo sua identidade, vai aparecer um curso, e vai acabar definindo sua identidade, vai aparecer um relacionamento, e vai acabar definindo sua identidade. E você vai viver aquela nova definição sem nem saber direito what the fuck is going on.
Então, contrua a sua antes de se deixar definir. Basta admitir ela e depois, dar valor aos anos de pesquisa que você tem. Trabalho interno também é trabalho. Valorize sua própria produção.
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